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Com a expectativa de que a Reforma da Previdência entre em vigor nos próximos meses, você já sabe o que pode ser alterado na sua estratégia de investimentos?
Convidamos o CEO da Icatu Vanguarda, Bernardo Schneider, para uma entrevista exclusiva sobre o assunto para o blog da Pi Investimentos.
Confira as respostas do gestor na íntegra:
1. De modo geral, a aprovação da Reforma da Previdência foi positiva para o mercado? Por quê?
Bernardo Schneider: Sim. Com a aprovação da reforma, o risco de insolvência poderá diminuir. A aprovação diminui a incerteza com relação à sustentabilidade fiscal, pois, atrelada à retomada do crescimento, levará a estabilização da dívida em percentual do PIB nos próximos anos e poderá contribuir para um ambiente mais favorável aos investimentos. Além disso, a aprovação da Reforma da Previdência representa o início da segunda fase da agenda de reformas do Governo, que também é de extrema importância para atacar diversas fraquezas estruturais e aumentar a produtividade da economia, contribuindo para um maior crescimento no longo prazo.
2. Os investidores devem se posicionar de forma diferente agora que a Reforma foi aprovada?
BS: A aprovação da Reforma da Previdência, no Congresso, aconteceu em duas etapas: em julho, na Câmara dos Deputados e em outubro, no Senado. Por identificar a etapa de aprovação na Câmara como a mais relevante, o mercado antecipou em grande medida a melhora nos preços dos ativos domésticos ao longo dessa etapa inicial. O Banco Central, por exemplo, iniciou o ciclo de cortes da taxa básica de juros logo após a aprovação da reforma pelos deputados. Portanto, após a aprovação pelos senadores, a melhora adicional nos preços dos ativos foi limitada, apesar da relevância dessa última etapa diante da importância da reforma da previdência, não apenas pelos benefícios fiscais que serão gerados, mas também para abrir espaço para que outras reformas importantes sejam discutidas no Congresso.
3. Que investimentos podem ser beneficiados pela aprovação da Reforma da Previdência? E quais devem ser prejudicados?
BS: Os níveis mais baixos de juros tendem a tornar menos atrativos os fundos de renda fixa indexados ao CDI e exigirão maior alocação em ativos de risco para obtenção do mesmo retorno. A reforma contribui para um ambiente de juros neutros mais baixos, diante da redução dos riscos fiscais. Sua aprovação deve impulsionar a recuperação cíclica doméstica via dois vetores principais: redução de incertezas e queda de juros nominais. Diante disso, acreditamos que, tanto a parte longa da curva de juros reais, quanto o mercado de ações devem performar bem.
4. Como as pessoas devem se preparar para a aposentadoria, paralelamente ao INSS?
BS: Com o desafio da Previdência Social, uma mudança de postura começa a ser percebida. Sugerimos que as pessoas busquem planos de previdência privada e/ou aplicações financeiras de acordo com o nível de risco que estão dispostas a assumir como forma de complementação ao INSS para buscar segurança e tranquilidade ao se aposentar. O ideal é que o planejamento seja feito já no início da carreira e, se possível, com algum tipo de acompanhamento especializado.
5. Quanto do salário as pessoas devem poupar todos os meses para a aposentadoria?
BS: Essa pergunta envolve vários condicionantes que são específicos para cada indivíduo, como a idade com que a pessoa pretende se aposentar, sua expectativa de sobrevida, se o valor poupado vai ser um percentual do salário médio de todo o tempo trabalhado ou se pode aumentar/diminuir ao longo do tempo e também se ela quer continuar mantendo o mesmo padrão de vida, por exemplo. O ideal é que cada pessoa faça seu próprio planejamento de acordo com seu objetivo após a aposentadoria.
6. Que tipo de investimento é indicado para quem quer se aposentar com tranquilidade?
BS: O investimento ideal, independentemente de ser direcionado para aposentadoria ou não, tende a ser aquele que otimiza ao máximo a geração de reserva, isto é, geração de riqueza para o prazo determinado. Por este motivo, fundos data alvo crescem tanto no mundo e ainda são muito pouco explorados no Brasil. O investidor tem, em geral, dificuldade para determinar o investimento ideal em cada fase da vida, de modo que no momento da aposentadoria (ou no momento de utilização dos recursos) ele consiga usufruir da máxima reserva acumulada.
Geralmente, quando o indivíduo está no início do período da acumulação de sua reserva/poupança de longo prazo, este é o momento em que ele, em tese, deveria assumir o maior risco possível em busca de um maior retorno esperado. No pior dos casos, se houver uma turbulência no mercado, o impacto no final de seu período de acumulação (30 a 40 anos) provavelmente será pouco significativo.
Entretanto, no Brasil, onde ainda temos a memória dos juros altos muito fresca, percebemos que os investidores possuem dificuldade para aceitar maior volatilidade, ainda que seja no período inicial de acumulação.
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Edielson silva do Nascimento
16 de novembro de 2019
Gostei muito interessante