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Você sabe o que significa a sigla IPCA?
Esse é um termo importante não somente para os investidores, mas para todos os consumidores em geral, e é importante que você saiba como ele influencia sua vida, suas compras e seus investimentos.
Nessa matéria você irá conhecer detalhes importantes sobre essa sigla, para que ela serve, sua relação com os investimentos e muito mais.
O que você irá conferir?
IPCA é a sigla para Índice de Preço ao Consumidor Amplo e trata-se do índice que calcula mensalmente a variação dos preços no comércio.
Ele é considerado, pelo Banco Central, o índice oficial do país que mede a inflação ou deflação desde 2000, mas o índice já é calculado desde 1979, e a partir dele, o Banco Central mede a inflação acumulada do país.
Esse índice é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e possui o objetivo de medir a variação de preços de um conjunto de bens e serviços que são comercializados no varejo.
Confira as categorias que compõem a avaliação do índice e seus pesos no cálculo:
Categoria | Peso |
Transportes (custos com combustível, transporte público e particular) | 20,8377% |
Alimentação e bebidas (preço de panificados, leites e derivados, condimentos, bebidas, carnes, frutas, cereais, açúcares, etc) | 18,988% |
Habitação (preços de aluguéis, taxas, manutenção, energia elétrica, reparos, entre outros) | 15,1593% |
Saúde e cuidados pessoais (serviços médicos, dentários, óticos, laboratoriais, farmacêuticos e afins) | 13,4575% |
Despesas pessoais (atividades de lazer, fotografia, fumo e outras despesas pessoais) | 10,5972% |
Comunicação | 6,1859% |
Educação (preços cobrados por cursos, livros e materiais de papelaria) | 5,9519% |
Vestuário (valores de roupas femininas, masculinas, infantis, calçados, tecidos e acessórios) | 4,801% |
Artigos de residência (valores de móveis, eletrodomésticos, cama, mesa, banho, consertos, etc) | 4,0215% |
A partir dessas nove categorias, são avaliadas outras 465 subcategorias para ajudar na avaliação do índice, como os exemplos que foram citados acima.
Esse tipo de gasto está presente na rotina de praticamente todos os brasileiros. Assim, quando o IPCA sobe, é provável que alguns desses serviços e/ou produtos tenham ficado mais caros.
O IPCA é medido como um reflexo dos custos de vida das famílias cujo rendimento é entre 1 e 40 salários mínimos.
Segundo o IBGE, essa faixa de renda foi criada para representar uma cobertura de 90% da população que pertence às áreas urbanas do Brasil.
Confira os locais que representam a composição do índice e o peso de cada um deles no cálculo:
Local | Peso |
São Paulo | 32,32% |
Belo Horizonte | 9,74% |
Rio de Janeiro | 9,41% |
Porto Alegre | 8,59% |
Curitiba | 8,05% |
Salvador | 5,99% |
Goiânia | 4,16% |
Brasília | 4,09% |
Recife | 3,93% |
Belém | 3,91% |
Fortaleza | 3,22% |
Vitória | 1,86% |
São Luís | 1,62% |
Campo Grande | 1,51% |
Aracaju | 1,02% |
Rio Branco | 0,51% |
O método de coleta dos dados para o cálculo do IPCA é realizado em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, além de pesquisas online, concessionárias de serviços públicos e domicílios (para verificar valores de aluguel).
O período de coleta das informações geralmente estende-se do primeiro até o último dia do mês de referência.
Vale lembrar, que embora o IPCA seja considerado um índice nacional, ele irá refletir melhor as localidades nos quais ele é coletado.
Para que você entenda: se o índice IPCA sobe, ou seja, foi maior do que o mês anterior, provavelmente alguns produtos e/ou serviços receberam um reajuste de preço para cima, e, ficarão mais caros. Isso é a inflação. Mas se o índice IPCA foi menor, isso quer dizer que os preços subiram menos em relação ao mês anterior. Já se o IPCA foi negativo, o que ocorreu foi a chamada deflação, que indica que os preços foram reduzidos.
Dessa forma, o IPCA funciona como um termômetro para a economia brasileira, que reúne informações que ajudam o consumidor a entender a variação dos preços dos bens e serviços.
O IPCA possui uma série de usos para a economia. Ao mostrar a variação dos preços dos bens e serviços, o índice é fundamental para entender o valor do dinheiro ao passar do tempo.
Imagine que você tenha hoje R$ 5 reais para a comprar uma latinha de refrigerante. Em 10 anos, esses R$ 5 ainda irão continuar valendo nominalmente os mesmos R$ 5,00, mas a latinha passou a custar R$ 6,00.
Isso significa que o seu dinheiro perdeu valor nos últimos 10 anos e não é mais suficiente para a compra do mesmo produto que você comprava no passado.
A essa diferença de R$ 1 damos o nome de “poder de compra” do dinheiro. O seu poder de compra em 10 anos já não é o mesmo, uma vez que você não consegue mais comprar a mesma quantidade de bens que comprava antes, com a mesma quantidade de dinheiro que você tinha.
Já ouviu a pessoas mais velhas falando que em suas épocas um produto X valia tanto e hoje passou a ser muito mais caro? Isso significa que esse produto inflacionou, ou seja, passou a valer mais do que anteriormente, por conta da inflação.
Dessa forma, o Banco Central considera o IPCA como índice de referência para saber se o governo está, ou não, cumprindo com suas metas de inflação.
Caso a meta de inflação não esteja de acordo com o planejado, o Banco Central tem a liberdade de definir políticas monetárias e criar medidas econômicas para conter a inflação. Caso ela esteja alta, e os preços começam a subir, eles poderão aumentar o valor da taxa Selic, o que irá conter o consumo, e consequente, conter a inflação.
A lógica é: inflação em alta > aumento da taxa Selic > restrição de crédito aos consumidores > freio no consumo > baixo estímulo ao comércio > diminuição da inflação.
O contrário também ocorre. Quando a inflação está sob controle, ou abaixo da meta, o Banco Central diminui a taxa Selic, como é o caso atualmente. Isso irá estimular o consumo, uma vez que o crédito se torna mais acessível e assim, ocorre uma promoção ao crescimento econômico.
Mais para frente iremos entender a importância do IPCA para os investimentos, uma vez que ele serve de indexador para diversas aplicações.
O histórico do IPCA nos ajuda a analisar sua oscilação ao longo do tempo.
Nas décadas de 80 e 90, o Brasil passou por um momento de hiperinflação que destruía o poder de compra dos consumidores.
Naquela época era muito comum as pessoas encontrarem um produto no mercado de manhã por um preço, que mudava completamente no período da noite. No auge do período inflacionário, a inflação chegou a ser de 2477,15% em 1993.
O valor do dinheiro variava muito, o que dificultava a vida da população. Foi apenas após o Plano Real, que entrou em vigor a partir de 1994, que a inflação começou a ser controlada.
Confira a variação mensal desde julho 1994 até janeiro 2020:
O IPCA não é o único índice que mede a inflação do país. Além dele, há outros índices que também demonstram a variação dos preços e que podem variar em suas metodologias, ou os setores da economia que utilizam para seus cálculos.
Conheça outros índices importantes:
Esse índice funciona como uma prévia da inflação mensal. Sua diferença do IPCA está no período de coleta, que começa no início de cada mês e vai até o 15° ou 16° dia do mês.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor possui o foco de registrar a variação de preços para famílias, cuja renda seja de até cinco salários mínimos e também é calculada pelo IBGE mensalmente.
O Índice Geral de Preços do Mercado, é calculado mensalmente, pela Fundação Getúlio Vargas, e é muito conhecido por ser usado na correção de valores de aluguel e tarifas públicas, como a conta de água.
Diferentemente do IPCA, o IGP-M visa abranger todas as faixas de renda do país mas seu objetivo, assim como o outro índice também é registrar a variação do preço de produtos, incluindo matérias-primas industriais e agrícolas, até bens e serviços.
Índice de Preços ao Consumidor Amplo-Especial é outro índice divulgado pelo IBGE, mas a cada três meses.
A principal diferença entre o IPCA-E e o IPCA é que o cálculo é realizado com base no IPCA-15 do período de referência.
Sua sigla corresponde ao Índice de Preços ao Produtor, e é um índice voltado para indústria que mede a variação dos preços de venda recebidos pelos produtores de bens e serviços.
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção Civil, é produzido junto a Caixa Econômica Federal, e mede a variação de preços para o setor habitacional e de construção.
O Índice de Preços ao Consumidor, é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, e mede a variação de preços no Município de São Paulo. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda de 1 a 10 salários mínimos.
O IPCA, como dito anteriormente, é divulgado mensalmente, mas para ter uma visão macro dos efeitos da inflação, uma forma de calcular o sobe e desce dos preços de um determinado período é a chamada inflação acumulada, que analisa as oscilações dos preços em longo prazo.
Dessa forma, o IPCA acumulado é a soma das taxas de inflação que são registradas dentro de um determinado período, por exemplo, ao longo de um ano fiscal (janeiro a dezembro) ou relativo a um período de 12 meses, como fevereiro de 2019 a fevereiro de 2020.
Imagine que o valor do índice foi de 0,20%, em janeiro, e de 0,80%, em fevereiro. Nesse caso, o valor acumulado de janeiro e fevereiro é de, aproximadamente, 1,00%.
Em março, se o IPCA for de 1,30%, utilizando o mecanismo de juros compostos o acumulado pulará para 2,21% , e assim por diante até chegar em dezembro. Normalmente, se mede o valor da inflação acumulada não só no ano, mas também nos últimos 12 meses.
Segundo dados do IBGE, a inflação acumulada de 2019 fechou em 4,31%. O IPCA do último mês (janeiro 2020) fechou em 0,21% e a dos últimos 12 meses em 4,19%.
Confira o peso das localidades e das categorias respectivamente para os resultados de janeiro:
O IPCA é um reflexo das oscilações dos preços de bens e serviços ao serem reajustados. Primeiro eles são precificados de acordo com a oferta e demanda. Quando há muita procura, mas pouca disponibilidade, os preços sobem e quando há muita disponibilidade mas pouca procura, os preços caem.
A variação dos preços pode sofrer influência por diversos fatores, como o resultado de safras, a cotação de moedas, como o dólar, situações climáticas, crises políticas, custos de produção e mão de obra.
Outro fator importante que influencia a inflação é a quantidade de dinheiro que está circulando no país. Quando a economia está em crescimento, o alto consumo da população irá aumentar a circulação de moeda no mercado, o que irá gerar um aumento da inflação.
Por isso o Banco Central estipula metas de inflação. É através dela, que ele irá utilizar mecanismo de contenção da inflação, caso necessário.
Todos os investimentos são afetados pelo IPCA, afinal o investidor precisa garantir que sua rentabilidade, seja, no mínimo superior ou acompanhe à inflação daquele momento.
O investidor deverá se atentar ao seu ganho real, ou seja, deduzido da taxa inflação, taxas e tributos.
A poupança é um exemplo de investimento que está atualmente perdendo para inflação, ou seja, os poupadores já não possuem mais um rendimento real.
Há também os investimentos cuja rentabilidade estão diretamente ligadas ao IPCA. Isso significa que seus resultados vão depender de como o índice se comporta ao longo do tempo.
Além disso, muitos desses títulos podem ser híbridos, ou seja, seguem a variação do IPCA junto a uma taxa de juros pré fixada. Essa mistura poderá ser positiva para que o consumidor não perca seu poder de compra em momentos de forte alta da inflação.
Se seu capital investido consegue acompanhar os movimentos da inflação, a tendência é que ele se mantenha valorizado.
Dessa forma, é válido tomar conhecimento do IPCA até mesmo para analisar os investimentos que não estão diretamente ligados a ele. Se um ativo não consegue acompanhar a inflação, especialmente quando ela tende a subir, ele pode não ser uma boa escolha.
Confira alguns ativos que são afetados pela alta do IPCA:
Alguns dos títulos públicos emitidos pelo Governo Federal sofrem impacto direto da inflação. Esse é o caso do Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais.
Para esses títulos, a rentabilidade será a variação do IPCA no vencimento do título somada a uma taxa de juros pré-estabelecida no momento da compra.
A diferença entre os dos títulos é que o segundo distribui a taxa de juros duas vezes por ano.
Para ter acesso aos Títulos IPCA+, acesse nosso catálogo de produtos.
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e os Certificados de Depósitos Bancários (CDB), também podem possuir suas rentabilidades atrelada à inflação.
Embora seja mais comum vermos esses ativos com a rentabilidade atrelada ao índice CDI, algumas instituições financeiras já optam por atrelar sua dívida ao IPCA.
Os chamados fundos de inflação, são fundos de renda fixa que concentram suas carteiras em ativos que sejam atrelados ao IMA-B (índice que representa o desempenho de uma carteira de títulos Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), onde seus objetivos são refletir ou superar as variações do índice.
Isso irá fazer com que a rentabilidade dos cotistas estejam associadas à inflação daquele momento.
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