{{{title}}}
{{{excerpt}}}
Resultado não encontrado para: ''
O que aconteceu com o Tesouro Selic? Porque a rentabilidade dele caiu?
Se você é um dos milhares de brasileiros que investe em ativos atrelados a Selic, certamente deve ter notado que nos últimos dias, estes ativos estão com o rendimento cada vez menor, podendo até ser negativo em alguns dias.
A última vez que houve um movimento semelhante a este foi em 2002, há 18 anos. Naquela época, o Banco Central tornou obrigatório que todos os fundos de investimento marcassem a mercado os seus ativos. Isso quer dizer que os ativos deveriam ser marcados pelo preço que eles estavam sendo comercializados no dia e não mais em expectativas de retorno dos papéis.
As constantes instabilidades políticas, as dúvidas sobre a agenda de reformas e as incertezas sobre os rumos da dívida pública do país criou um ambiente mais incerto para o futuro do Brasil. E são essas variantes que aumentam o risco dos títulos públicos, já que o risco de “calote”, mesmo que ainda baixo, passa a existir.
Conhecido e recomendado por muitos especialistas como uma das aplicações mais seguras e com baixo histórico de oscilação, o Tesouro Selic se popularizou no país, sobretudo, para quem estava montando a sua reserva de emergência.
Contudo, quem buscava por essa proteção, enxergou em meados de setembro, suas aplicações no vermelho. Para entender melhor o que está acontecendo com os títulos do Tesouro Selic, o Clayton Calixto, Product Specialist da Santander Asset Management respondeu algumas perguntas.
Por que ocorreu essa correção?
Essa alteração se fez necessária diante da surpresa com a pandemia e gastos incorridos nesse período. Ao mesmo tempo, houve crescente preocupação com o quadro fiscal, visto que a trajetória da dívida e do Produto Interno Bruto caminha para níveis próximos a de 95% ao final deste ano e torna o cumprimento do teto de gastos um desafio à frente. Tendo esse arcabouço em vista e o aumento da oferta de papéis pré-fixados pelo Tesouro, o mercado de LFT (Letra Financeiro do Tesouro) passou a ter pressão vendedora.
O que aconteceu com o preço das LFT (Letra Financeiro do Tesouro) negociadas no mercado?
Apesar da pressão vendedora do mercado, as taxas negociadas no mercado secundário não estavam compatíveis com a marcação oficial da Anbima. Desta forma, as taxas começaram a se ajustar gradualmente na segunda e terceira semanas de setembro, com rendimento negativo em alguns vértices de LFT, sobretudo nos mais longos.
Esse movimento foi mais expressivo nos dias 10, 11 e 14 de setembro. Tal ajuste foi corroborado por calls extraordinários com o intuito de fomentar a aproximação entre mercado secundário e Anbima.
Como o Santander Asset Management enxerga esse momento? É algo pontual ou pode ser prolongado?
Entendemos que a dinâmica da dívida segue delicada e que papéis prefixados “casados” (papel + derivativo) têm tirado um pouco a demanda por LFT. Porém, vale salientar que o ajuste realizado foi expressivo e esses papéis não costumam ter oscilação tão forte de marcação.
Logo, acreditamos que um movimento dessa magnitude tende a ser pontual e o rendimento no ano encontra-se em nível confortável.
*Com informações do Valor Investe e do G1.