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Com a alta do dólar, nas últimas semanas, e a moeda norte-americana passando a ser negociada acima dos R$ 6 em casas de câmbio, surgem questionamentos sobre qual o futuro da moeda, e como os investimentos ligados a ela estão se comportando na crise.
Para responder a essa pergunta e outras dúvidas sobre o dólar, nós conversamos com Bruno Horovitz, sócio da Icatu Vanguarda, uma asset com experiência no assunto. Confira!
Como os fundos cambiais estão se comportando e sendo impactados pela crise do Covid-19?
Bruno Horovitz: é importante saber que, no Brasil, a maior parte dos fundos cambiais são passivos e, geralmente, comprados no dólar, o que faz com que o fundo tenha uma performance totalmente conectada à valorização ou desvalorização dessa moeda.
Em qualquer período de crise, um dos movimentos clássicos de aversão a risco é o de que as moedas mais fortes tendem a se valorizar. A principal moeda, desde Bretton Woods (1944), é o dólar e, diante de uma incerteza que os investidores estão tendo, eles acabam correndo para ativos mais sólidos e defensivos, assim como o ouro e o franco suíço. Logo, essa é uma classe de ativos que em períodos de crise tende a trazer algum tipo de defensividade e valorização, no sentido de que ocorre uma maior demanda desse ativo, e faz a moeda se valorizar.
Outro fator que justifica a valorização do dólar é o entendimento do mercado de que as ações que os EUA têm tomado, em sua economia, farão com que o Estado saia da crise primeiro e isso atrai a atenção de investidores que buscam por maior segurança no momento.
Não à toa, os principais índices da bolsa americana já estão bem distantes da baixa que bateram durante a crise, mostrando que as ações que os policy makers (tomadores de decisão), o governo e o banco central norte-americano estão tomando trazem algum tipo de sustentação da economia, e de que quando tudo se normalizar, os Estados Unidos tende a ter uma velocidade de recuperação mais alta, o que explica a valorização do dólar no curto prazo.
Com a alta expressiva do dólar, podemos afirmar que está caro investir na moeda ou ainda dá tempo?
A pergunta de 1 milhão de dólares. O dólar, ou qualquer outra moeda forte, deveria ser enxergado como uma classe de ativos, para compor o seu ALM (Asset liability Management) que nada mais é do que casar os objetivos que você deseja ter no futuro com sua carteira de ativos atual.
Aqueles que desejam possuir passivos em dólar (como para realizar viagens, fazer poupança para estudar no exterior etc) devem ter em sua carteira alguma parcela de câmbio.
Mas eu devo entrar agora no mercado de câmbio?
Esse é um momento muito delicado. No caso brasileiro, em comparação com o real, desde o início dessa crise, começou-se o questionamento a respeito da continuação da agenda de reformas e estabilidade política. Dado o momento de volatilidade, essas pessoas deveriam montar esse passivo em fatias. Por exemplo, comprar um pouco hoje, mais um pouco em um ou dois meses e assim em diante. Eu não acho que o câmbio é uma classe de ativo fácil para prever seus grandes movimentos, por conta das muitas variáveis. Logo, é difícil tentar usar o câmbio como uma classe de ativo especulativo, de que vai cair ou vai subir, por conta das variáveis que jogam pros dois lados.
Muitos analistas acham que o real pode se desvalorizar mais ainda, em função da instabilidade política que estamos tendo, e por conta da relação dívida-PIB, onde, dificilmente o governo vai conseguir restabelecer o norte das agendas.
Em contrapartida, em um mundo que se encontra praticamente com juros negativos, o Brasil possui ainda um diferencial de juros muito grande. E além disso, a equipe do Paulo Guedes (ministro da economia) já vinha defendendo que a agenda de reformas iria continuar após a crise, um discurso que dá algum tipo de sustentação para a valorização do real.
E qual a visão da asset para esse momento macroeconômico de instabilidade política?
“Está cedo pra gente traçar algum tipo de cenário. A primeira sinalização na última segunda-feira (27) do presidente de fazer uma coletiva com o Paulo Guedes e de demonstração de apoio ao seu principal ministro foi importante. O governo também aparenta querer se aproximar para continuar com a agenda de reformas e voltar com os diálogos com o congresso, o que acaba sendo muito bom. Na última sexta-feira (24), haviam vários analistas e economistas de mercado comentando sobre uma possibilidade maior de impeachment. Agora, a temperatura diminuiu bastante, com a ação do presidente em dar respaldo às ações do ministro da economia. Enquanto isso, avalia-se que o presidente ainda possui uma presença forte no povo brasileiro, cenário que era diferente no último impeachment que ocorreu no país”, afirmou o Horovitz.
O gestor também explicou como a volatilidade dos fundos cambiais também está incrivelmente alta, assim como em outros ativos de risco, como a bolsa de valores.
“A volatilidade de fundos cambiais é geralmente em torno de 5 a 6% ao ano, e hoje, a volatilidade das cotas de um fundo cambial está em torno de 14% nos últimos 12 meses”, afirma ele.
Por fim, ele explica, que a estratégia que o fundo cambial, da Icatu, continua a mesma, sendo 100% comprada em dólar. Ele afirma que as alocações do fundo não mudam por conta de convicções e que o portfólio do fundo sempre se mantém o mesmo, acompanhando as variações da moeda norte-americana.
Confira o fundo cambial da Icatu na plataforma da Pi: